Testemunhos
O ProCultura+ permite que 44 professores dos PALOP-TL e Portugal da área da cultura façam mobilidade durante uma semana. Brevemente estarão aqui os seus testemunhos.

Armando Zibungana

Professor no curso de Música na Universidade de Luanda,
em mobilidade no Instituto Politécnico de Bragança, Portugal
Quero em primeiro lugar agradecer a oportunidade. Foi uma experiência brutal tanto a nível pessoal como profissional. Pude fazer novas amizades e contactos profissionais, seguramente que o artigo que estaremos a apresentar fará ênfase à necessidade de se estabelecer uma cultura de parceria e desenvolvimento das comunidades através da música. 

Marcelina Afonso Ribeiro Capapa

Professora no curso de Teatro na Universidade de Luanda,
em mobilidade no Instituto Politécnico de Leiria, Portugal
Mobilidade proveitosa, onde foi possível a troca sobre práticas pedagógicas com professores do Departamento de Teatro da ESAD. Tive a oportunidade de participar na aula de Corpo lecionada pelo professor Pedro Ramos. Os estudantes acharam interessantes as aulas que foram lecionadas por mim, considerando que os exercícios dados foram proveitosos, permitindo a interação e criatividade individual e coletiva.
Cabo Verde


Carlos Emanuel Sousa da Cruz dos Santos

Professor no curso de Gestão do Património Cultural na Universidade de Cabo Verde,
em mobilidade na Universidade da Madeira, Portugal
A mobilidade foi positiva. Foi uma oportunidade de estabelecer contacto com outra realidade académica vivenciada na Universidade da Madeira. Tive oportunidade de lecionar para estudantes de níveis académicos diferentes, nomeadamente, de licenciatura, mestrado e doutoramento. Estabeleci contatos importantes com os professores da universidade e ficou o compromisso de programar outras formas de parcerias e colaboração em projetos futuros. Os encontros e as aulas permitiram refletir sobre a nossa condição de ilhéus, cultura ilhéu, “lugar de solidão” (Cabo Verde e Madeira). 

Maria Piedade Monteiro Correia

Professora no curso de Música na Universidade de Cabo Verde,
em mobilidade na Universidade NOVA de Lisboa, Portugal
A minha vivência de uma semana noutro país e o grande conhecimento cultural adquirido, foram experiências enriquecedoras que trouxeram diversos benefícios pessoais, académicos e profissionais. Foi uma mobilidade que, além de poder partilhar com os estudantes, professores e investigadores da área musical, aspetos relacionados com a rica herança musical cabo-verdiana, proporcionou-me a oportunidade de conhecer pessoas novas, conviver com os estudantes da FCSH-Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, de forma dinâmica, interativa e participativa. 

Um intercâmbio, que facilitou um ciclo de novas amizades com pessoas de diversas partes do mundo, com crenças diversas, culturas e histórias de vida que, no mínimo, agregam uma boa bagagem cultural. Foi uma mobilidade que me trará recordações boas para o resto da vida, pois tive a oportunidade de conviver com pessoas espetaculares, que me transmitiram conhecimentos e informações úteis.

Manuel Lima Fortes

Professor no curso de Teatro na Universidade de Cabo Verde,
em mobilidade no Instituto Politécnico de Lisboa, Portugal
A minha visita de mobilidade na ESTC – Escola Superior de Teatro e Cinema do IPL – Instituto Politécnico de Lisboa, durante uma semana, foi de extraordinária importância, com benefícios para as instituições envolvidas e principalmente para mim a nível pessoal, profissional e académico.

A nível pessoal, consegui ampliar a minha visão sobre a Escola de Teatro, os seus conteúdos, as origens dos seus alunos e as suas ambições. Saí também mais rico como ser humano, compreendendo os nobres objetivos centrados no melhoramento das pessoas através do Teatro. 

Moçambique

Pedro Júlio Sitoe

Professor no curso de Música na Universidade Eduardo Mondlane,
em mobilidade no Instituto Politécnico de Bragança, Portugal
A nossa mobilidade no Instituto Politécnico de Bragança foi uma excelente oportunidade de troca de conhecimentos entre as duas instituições. No IPB encontramos uma grande receptividade por parte de toda comunidade universitária (professores,  estudantes, etc.) e sentimos que criamos bases para uma maior cooperação entre as instituições de ensino superior ao nível dos PALOP-TL e não só. 

Finalmente, referir que é gratificante poder participar nestas mobilidades físicas, pois, poderão constituir uma alavanca para um maior conhecimento e troca de boas práticas entre as nossas universidades rumo ao desenvolvimento de capacidades.

Maria Helena Taju Pinto

Professora no curso de Dança na Universidade Pedagógica de Maputo,
em mobilidade no Instituto Politécnico de Lisboa, Portugal
A mobilidade na Escola Superior de Dança de Lisboa decorreu de forma louvável e construtiva para ambas as partes. Foi um momento de partilha de novos materiais de dança no qual os estudantes navegaram e procuraram outras maneiras de se encontrar, construir, criar, recriar a dança, através de elementos técnico-coreográficos dos fundamentos da criação coreográfica. Foi um momento de partilha e de reflexão sobre as perspetivas artísticas e culturais. Aqui edificou-se momentos e conjuntos de estruturas criativo coreográficas, onde se pôde cruzar um horizonte de várias possibilidades de criação para os estudantes.

Gostaria de congratular à AULP, ProCultura+, Erasmus+ por este programa essencial para uma aprendizagem mútua dos intervenientes internacionais de países participantes dos PALOP-TL. Um Agradecimento especial à Escola Superior de Dança de Lisboa e à Universidade Pedagógica de Maputo por esta perspectiva académica de intercâmbio bilateral que permite cruzarmos os nossos saberes, currículos, experiências artístico pedagógicas e de trabalho no terreno, oferecendo aos professores, a possibilidade de repensar, recolocar e visualizar outras formas de enriquecer a transmissão, o ensino e levantar uma reflexão em torno do enriquecimento dos currículos e conteúdos dos nossos cursos respectivos. Bem hajam todos que tornam possível o crescimento contínuo das nossas instituições de ensino superior artístico, cultural e não só.

Queirós Júlia Inácio Nhabombe:

Professor do curso de Música na Universidade Pedagógica de Maputo,
em mobilidade na Universidade NOVA de Lisboa, Portugal
No meu caso, a mobilidade física correu bem e foi muito produtiva, na medida em que permitiu-me experimentar em tempo real metodologias diferentes no processo de ensino, e aprendizagens, em geral e em particular, na disciplina de Etnomusicologia. Algo que achei muito positivo, foi o facto do professor Marco Roque de Freitas (o professor regente desta disciplina), colocar no programa, algumas semanas em que as aulas são ministradas por diversos professores convidados. Achei muito positiva esta prática, pois trouxe uma boa dinâmica, enriqueceu as aulas e motivou os estudantes. 
Moçambique

Vasco Paulo Cecílio Alves

Professor de Música no Instituto Politécnico de Bragança,
em mobilidade na Universidade de Luanda, Angola
A mobilidade física foi um sucesso absoluto. Os objetivos estipulados para esta mobilidade foram trabalhados, porquanto estão em curso as diligências necessárias à efetivação do artigo científico e à definição de uma estratégia que permita a correspondência de créditos de UC correspondentes aos planos curriculares dos cursos de música de ambas as instituições

Isabel Margarida Ribeiro de Oliveira Duarte

Professora no curso de Línguas, Literatura e Cultura Portuguesa na Universidade do Porto,
em mobilidade na Universidade Nacional Timor Lorosa’e, Timor-Leste

A mobilidade correu o melhor possível. Tudo e com isso, fiz um conjunto de 4 sessões de 3 horas, com intervalo, para os formandos do projeto FOCO-UNTL. Fiz uma ação de formação para o Instituto Internacional de Língua Portuguesa. Fiz 4 sessões para os estudantes do Mestrado em Ensino do Português no Contexto de Timor-Leste. Participei ainda, no Centro Cultural Jorge Sampaio, da Embaixada de Portugal, numa sessão de abertura da atual edição do Mestrado, sobre a importância da Língua Portuguesa. Além do reitor e Vice-reitor da UNTL, esteve presente o Ministro do Ensino Superior, para além de dezenas de estudantes e professores da UNTL. A experiência é fantástica, porque os estudantes são super acolhedores e motivados e as pessoas de uma generosidade ímpar.

Maria Gil

Professora de Teatro no Instituto Politécnico de Leiria,
em mobilidade Universidade de Luanda, Angola
A partilha de práticas pedagógicas no ensino do teatro é o tema do artigo que será escrito por mim, Maria Gil [PT] e pela professora Marcelina Ribeiro [AN]. Assim, foi decisivo conhecer pessoalmente a professora Marcelina Ribeiro, conhecer a Faculdade de Artes da Universidade de Luanda e o Departamento de teatro que dirige, e ainda leccionar e estar em contexto de sala de aula com os alunos de todos os anos do curso. Uma vez que a escrita e a reflexão partem de uma atividade eminentemente prática – o teatro – a mobilidade foi decisiva para uma melhor compreensão dos nossos contextos, permitindo-nos também esclarecer dúvidas no que diz respeito à equivalência de créditos de cada unidade curricular, contribuindo para melhorar as boas práticas em relação à equivalência de créditos das unidades curriculares de ambos os cursos. Poder conhecer e participar numa sessão do grupo de pesquisa, Bimphadi, dirigido por professores e ex-alunos, permitiu-me aceder a um contexto que dificilmente teria tido oportunidade de conhecer se não estivesse in situ, expandindo a minha reflexão sobre a importância de descolonizar os currículos, também nos cursos de teatro.

Tive ainda a oportunidade de convidar um ex-aluno do curso de teatro, que tinha feito a mobilidade na nossa escola, para participar numa sessão de esclarecimento e de troca de experiências sobre como foi para ele estudar teatro na ESAD.CR e em Portugal. Nessa sessão pude responder a perguntas dos alunos sobre o o nosso curso de teatro, na ESAD.C. Penso que a minha experiência foi muito importante para uma melhor compreensão do currículo de ambos os cursos com vista à criação de currículos flexíveis e de pares pedagógicos, que facilitem a mobilidade de estudantes e de professores nos PALOP-TL.

Pedro Alves

Professor no curso de Cinema na Universidade Católica Portuguesa,
em mobilidade no Instituto Superior de Artes e Cultura de Moçambique, Moçambique
A mobilidade superou as expectativas iniciais. O acolhimento no ISArC foi caloroso e aberto à discussão completa e abrangente das práticas pedagógicas, das ofertas curriculares, das experiências com alunos e programas de ensino, dos resultados e dos desafios inerentes a todos estes aspetos. As reuniões do primeiro dia permitiram antever cruzamentos e diálogos inter-institucionais nestes vários âmbitos e refletir, discutir e antever de que forma os mesmos podem congregar-se e articular-se no artigo conjunto a ser desenvolvido. A proposta entretanto enviada reflete já essas primeiras conclusões. Por outro lado, as duas sessões de cariz pedagógico (aula e masterclass) permitiram uma aproximação de cerca de 40 alunos de 1º, 3º e 4º ano de Cinema do ISArC das principais referências do cinema português (aproximando-os assim das estéticas e dos modos de produção nacionais, em contraste e diálogo com a realidade moçambicana), bem como dotando-os de ferramentas e consciência sobre diferentes processos de trabalho de pré-produção e planificação de rodagem (que podem assimilar criticamente nos processos de trabalho já em curso, alterando-os, aprimorando-os ou reforçando-os).

Esta aproximação entre duas realidades distintas no âmbito do ensino da produção, da história e da teoria cinematográficas torna possível e mais provável um harmonioso intercâmbio futuro entre estudantes das duas instituições, aproximando conceitos, referências e metodologias sobre teoria e prática de cinema.

MOBILIDADES AULP